PF desmonta quadrilha que utilizava “idosos de aluguel” para fraudar benefícios no Piauí

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (6), a segunda fase da Operação Melhor Idade, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em fraudes contra o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS – Idoso). Os mandados foram cumpridos no Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram que a organização falsificava documentos, como certidões de nascimento, carteiras de identidade, CPFs e títulos eleitorais, criando identidades fictícias de supostos idosos com mais de 65 anos – idade mínima exigida para a concessão do benefício. Para dar legitimidade ao esquema, os criminosos utilizavam “idosos de aluguel”, que emprestavam suas características biométricas para a obtenção dos benefícios.

As diligências da Polícia Federal resultaram no cumprimento de medidas cautelares, incluindo busca e apreensão, cancelamento de CPFs, bloqueio de contas bancárias, suspensão de benefícios irregulares e prisão de envolvidos. Durante a primeira fase da operação, três investigados foram presos e diversos documentos falsos foram apreendidos. A análise dos materiais coletados revelou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos suspeitos, além de indícios de lavagem de dinheiro.

Mesmo após as primeiras prisões, a PF constatou que o grupo continuou realizando saques de benefícios fraudulentos, o que levou ao avanço da investigação e ao cumprimento de novos mandados contra 16 suspeitos em quatro estados.

Ao todo, foram identificados 21 “idosos de aluguel”, que usaram 285 CPFs falsos para obter cerca de 259 benefícios assistenciais. O prejuízo estimado aos cofres públicos chega a R$ 23 milhões, mas a ação policial evitou um rombo ainda maior, de aproximadamente R$ 35 milhões.

A Polícia Federal informou que segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.