CASO DO CAJÚ: Perícia confirma que irmãos foram envenenados com chumbinho
O envenenamento aconteceu após as crianças ingerirem cajus oferecidos
16/10/2024 - 10:07
O laudo pericial do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML) confirmou nessa terça-feira (15/10) que os irmãos Ulisses Gabriel Silva, de 8 anos, e João Miguel Silva, de 7 anos, foram envenenados com uma substância tóxica semelhante ao chumbinho. O envenenamento aconteceu após as crianças ingerirem cajus oferecidos por uma vizinha em Parnaíba, no litoral do Piauí.
João Miguel não resistiu ao envenenamento e faleceu no dia 28 de agosto, cinco dias após ser internado em estado grave. Seu irmão, Ulisses Gabriel, que também apresentou sintomas graves de envenenamento, permanece hospitalizado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde já passou pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e segue em recuperação. No entanto, ele desenvolveu uma sequela no cérebro, segundo informações da família.
De acordo com a perícia, a substância encontrada nos cajus consumidos pelas crianças foi identificada como terbufós, um organofosforado usado como inseticida, que é ainda mais nocivo que o chumbinho. A polícia investiga o caso desde o dia 23 de agosto, quando os irmãos foram socorridos com sintomas de envenenamento. A principal suspeita é Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, vizinha das vítimas, que teria oferecido o saco de cajus às crianças.
Lucélia foi presa em flagrante e, em audiência de custódia, negou ter envenenado os meninos, alegando que o veneno encontrado em sua casa pertencia ao seu irmão, que havia cogitado cometer suicídio. A Justiça decretou sua prisão preventiva, e a investigação aponta que o crime teria sido motivado por desavenças entre a suspeita e as crianças, que costumavam pegar frutas no quintal de sua casa.
A situação gerou grande comoção em Parnaíba, e, após a confirmação do crime, alguns moradores da região atearam fogo na casa da suspeita. Lucélia Maria da Conceição Silva foi indiciada por homicídio qualificado pela morte de João Miguel e tentativa de homicídio qualificado contra Ulisses Gabriel.