Estudo acende alerta e mostra risco alto de reinserção da Paralisia Infantil no Piauí
Segundo o Ministério da saúde quase todas as cidades do Piauí estariam com risco
24/10/2022 - 09:52
Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) acendeu um alerta com a contínua diminuição de imunização de crianças no primeiro ano de vida nos Municípios Brasileiros. O estudo analisou a cobertura vacinal, com destaque para as vacinas contra a poliomielite, tríplice viral D1 (Sarampo) e BCG e coletou dados de casos confirmados e óbitos.
O estudo é divulgado duas semanas após um caso de Pólio ser investigado e descartado no estado do Pará, no norte do Brasil. Erradicada no Brasil há quase 30 anos, a Paralisia Infantil, como é popularmente conhecida, foi dada como extinta do país em 1994 pela Organização Mundial da Saúde. Contudo, a doença corre grande risco de ser reintroduzida no país, de acordo com especialistas, devido à baixa cobertura vacinal. O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.
Outro dado preocupante apresentado pelo Ministério da Saúde mostra que desde 2020 o Piauí teve 23 casos notificados de Paralisias Flácidas Agudas fato que, associado as baixas coberturas vacinais, eleva o país ao alto risco de reintrodução da poliomielite. Com os números o Estado não teria alcançado a meta mínima dos indicadores de qualidade da vigilância epidemiológica das Paralisias.
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no Brasil e no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade.
No país, duas vacinas diferentes são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a imunização da pólio: a inativada e a atenuada. A vacina inativada deve ser aplicada nos bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço da proteção contra a doença é feito com a vacina atenuada, aquela administrada em gotas por via oral entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade.