Megaoperação transfere 180 presos de facções que planejavam comandar presídios em Teresina
Nós no estado do Piauí não permitiremos ordens dentro do sistema prisional.
04/08/2022 - 09:36
Uma megaoperação em presídios do Piauí transferiu 180 detentos que seriam da facção criminosa Comando Vermelho (CV). A transferência ocorreu na noite desta terça-feira (02) em uma tentativa de desarticular os faccionados que teriam um plano audacioso de dominar três presídios em Teresina.
A transferência, denominada de operação Translatio, foi rápida e silenciosa para diminuir os riscos de mobilização dos detentos que foram remanejados da Penitenciária Irmão Guido, Centro de Detenção Provisória de Altos e da Cadeia Pública de Altos. Na vistoria às celas e pavilhões, policiais penais apreenderam um celular e um bilhete com ordem escrita de pagamento no valor de R$ 23 mil.
O plano de dominação de presídios na Capital foi descoberto pelo serviço de Inteligência da Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus). Os líderes da facção criminosa já estariam recrutando detentos de facções rivais oferecendo desde assessoria jurídica a auxílio financeiro a familiares. No sistema prisional já foi percebido detentos "rasgando a camisa", termo usado para decretar a mudança de facção.
"Nós agimos como muita prevenção, cautela. Uma operação dessa magnitude e nenhum disparo foi executado. Nós paralisamos três unidades e fizemos remoções preventivas, tentando fazer com que o sistema penitenciário do Piauí permaneça em paz, permaneça sem mortes. Há quanto tempo não temos homicídio dentro do sistema prisional?! esta ação de ontem foi com o intuito e motivação de manter a ordem dentro do sistema prisional no Piauí", declarou Carlos Edilson, secretário estadual de Justiça.
Até o momento, quatro líderes do Comando Vermelho já foram identificados. Entre eles, Wanderson Barbosa da Silva, preso em junho deste ano em Barra Grande, no litoral do Piauí, considerado um dos mais perigosos, suspeito de crimes em vários estados do país. Ele seria o responsável, inclusive, por um levantamento que resultou no assassinato de 15 PMs no estado do Pará.
"Ele é um dos pseudolíderes de uma determinada facção, está recolhido conosco. Nossa diretoria de Inteligência está fazendo um trabalho árduo e ele será tratado como todo e qualquer preso, mas com atenção extremamente redobrada", acrescenta o secretário.
Equipes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Força Estadual de Segurança deram apoio nas transferência que necessitou da interdição temporária das BRs 343 e 316 para o comboio. Os detentos foram transferidos para um mesmo presidio com vigilância especial
"Estão presos e serão tratados de maneira bem especial. Estão com os olhos do Estado mais forte e assim permanecerá. Nós no estado do Piauí não permitiremos ordens dentro do sistema prisional. Toda e qualquer articulação por parte de facção criminosa será combatida com muita força", completa Carlos Edilson.