Rincón não resiste a ferimentos após acidente e morre aos 55 anos
Ex-jogador de Corinthians, Palmeiras, Santos e Cruzeiro
14/04/2022 - 10:24
Morreu nesta quarta-feira (13), aos 55 anos, Freddy Eusebio Rincón Valencia. Campeão em diversos clubes, marcado especialmente por sua passagem vitoriosa pelo Corinthians e destaque daquela que é considerada a grande geração de jogadores de futebol da Colômbia, ele não resistiu aos ferimentos decorrentes de um acidente de carro em seu país.
O veículo em que estava o ex-atleta se chocou com um ônibus na madrugada de segunda-feira (11), em Cali, no bairro de San Fernando. De acordo com as autoridades locais, o carro desrespeitou um sinal vermelho em alta velocidade e foi atingido lateralmente. Havia duas mulheres com Rincón, que tiveram ferimentos leves. O motorista do ônibus teve fratura na perna.
Internado na Clínica Imbanaco com traumatismo cranioencefálico, o ex-volante passou por uma cirurgia de quase três horas. Os primeiros boletins médicos apontaram que ele estava em "estado muito crítico" e "com medidas avançadas de suporte". Na noite de quarta, já madrugada de quinta no Brasil, a clínica anunciou a morte.
Rincón recebeu homenagens de diversos clubes por que passou. Ele iniciou a carreira em equipes da Colômbia, destacando-se no Independiente Santa Fe e no América de Cali, na virada da década de 1980 para a de 1990. Chegou ao Palmeiras em 1994, em sua primeira parada no Brasil, país em que viveria seus melhores momentos.
Após uma estadia relativamente discreta na Europa, defendendo o italiano Napoli e o espanhol Real Madrid -onde dizia ter sofrido racismo-, ele retornou ao Palmeiras em 1996. Em 1997, trocou de camisa e passou a vestir a do arquirrival Corinthians, aquela com a qual construiu a maior identificação e levantou seus mais importantes troféus.
Campeão paulista em 1999 -título que já havia obtido duas vezes no Palmeiras-, o colombiano herdou a faixa de capitão do zagueiro paraguaio Gamarra, que deixou o time após o triunfo estadual. Foi com a tarja no braço que ergueu a taça do Brasileiro de 1999 e viveu a cena que marcou sua carreira, no Mundial de Clubes de 2000.
Pela seleção da Colômbia, Freddy disputou três edições da Copa do Mundo, 1990, 1994 e 1998. Foi parte de uma geração marcante do país, que teve também nomes como René Higuita, Carlos Valderrama e Faustino Asprilla. No Mundial de 1990, na Itália, marcou um gol histórico contra a Alemanha Ocidental -que seria campeã dias depois-, definindo a classificação às oitavas de final.
Foi uma vaga muito celebrada pelos colombianos, que nem sequer iam à Copa desde 1962. Já o caminho para o Mundial de 1994 teve uma goleada por 5 a 0 sobre a Argentina, com dois gols de Rincón. A campanha nas Eliminatórias fez Pelé apontar a Colômbia como favorita ao título, mas o time não passou da primeira fase.
Como atacante e meio-campista, Freddy disputou 84 partidas por sua seleção, marcando 17 gols. No Corinthians, clube brasileiro em que teve maior longevidade, esteve em campo 158 vezes, colocando 11 bolas na rede. Uma delas, contra o saudita Al Nassr, pôs a equipe alvinegra na final do Mundial de 2000.