Crimes ambientais geram campanhas difamatórias e barreiras comerciais, diz Mourão
Crimes ambientais geram campanhas difamatórias e barreiras comerciais, diz Mourã
10/08/2020 - 19:53
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (10) que crimes ambientais deixam o Brasil “vulnerável a campanhas difamatórias” que abrem espaço para barreiras comerciais “injustificáveis” contra o agronegócio do país.
Mourão deu a declaração durante uma videoconferência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para discutir a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
O vice-presidente comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Desde maio, o órgão coordena, por meio da Operação Verde Brasil 2, a atuação das Forças Armadas no combate a crimes ambientais, como queimadas e desmatamento.
Mourão declarou que o Brasil é "uma potência agroambiental" e que o sucesso das exportações está na confiança dos mercados internacionais nos “elevados padrões socioambientais” do agronegócio. Por isso, diz, a importância de combater crimes ambientais.
O governo do presidente Jair Bolsonaro tem recebido cobranças de investidores nacionais e estrangeiros por mudanças na política ambiental. Mourão já realizou conversas com empresários e investidores para tentar conter o desagaste da imagem do país.
Em julho, um estudo divulgado pela revista Science afirmou que até 22% da soja e pelo menos 17% da carne bovina produzidas na Amazônia e no Cerrado e exportadas para a União Europeia podem ter rastros de desmatamento ilegal.
Fiscalização
Mourão voltou a defender a recomposição dos quadros de servidores de órgãos de fiscalização e declarou que o poder público tenta punir com rigor quem comete ilícitos ambientais. Se necessário, afirmou, há planejamento para manter a operação de garantia da lei e da ordem (GLO) na Amazônia até o final de 2022.
Na semana passada, o Ministério da Defesa suspendeu e retomou no dia seguinte ações de combate a crimes ambientais na terra indígena Munduruku, no Pará.
A interrupção foi anunciada na quinta (6), um dia após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter visitado a região e ter sido alvo de protestos. O grupo que fez o ato chegou a impedir a decolagem de um avião e um helicóptero.